CONHEÇA UM HOMEM E SEU AMIGO CROCODILO

A história de Chito e Pocho, um homem e seu amigo crocodilo, é uma história real que aconteceu na Costa Rica.

Chito encontrou o crocodilo quando estava caminhando na beira de um rio em 1989. Na época o crocodilo tinha cerca de 40 anos, e estava parado, muito magro e agonizando. O motivo era um ferimento de bala em seu olho esquerdo.

Chito então levou o crocodilo para sua casa para ajudá-lo a ficar melhor. E então foi o que fez, cuidando de sua ferida e ficando por perto para que ele se sentisse bem. Segundo Chito, os dois dormiam até na mesma cama.

Após esse período, quando Pocho, o crocodilo, já estava curado da ferida, Chito então o levou ao rio onde o havia encontrado, para ver se ele iria voltar à sua vida na natureza. Mas ele nadou um pouco e voltou para perto de Chito.

Desde então, os dois mantiveram sua amizade, e Chito começou a fazer apresentações para o público de sua ligação com Pocho. Esses shows eram caricaturados, com Chito caracterizado como se fosse o Tarzan, e fazendo movimentos ensaiados com o crocodilo. Foi algo que ele fez para atrair a atenção do público e transformar a situação em algo comercial. Mas por trás disso, existiu uma ligação profunda entre os dois, uma sintonia real. E assim foi por mais 22 anos, até 2011, ano em que Pocho faleceu de causas naturais. Nessa data ele estava provavelmente com cerca de 60 anos de idade.

Em entrevista, Chito disse, emocionado, que não sabia como um animal grande e selvagem como esse podia lhe transmitir uma paz tão grande.

Vídeo do homem e seu amigo crocodilo

Veja então um vídeo que mostra essa ligação entre o homem e seu amigo crocodilo, e a seguir a tradução das palavras de Chito que aparecem no vídeo, sobre sua relação com Pocho:

“Quando estou sozinho com Pocho, sinto que sou um animal. Sinto que sou um crocodilo. Penso muito no passado, em quando tivemos que curar sua ferida. Sinto-me completamente conectado a Pocho. Sou parte de sua natureza.
Eu lhe dei comida quando ele estava morrendo, mas ele precisava de mais. Ele precisava do meu amor. No começo, eu não sabia o quanto podia me aproximar. Levou um tempo para entender seus sinais. Aos poucos comecei a tocá-lo e ele nunca tentou me morder. Quando ele estava curado, eu pensei que ele fosse embora. Ele estava livre , mas escolheu ficar. Foi aí que a confiança aumentou, e comecei a me aproximar mais.
Às vezes ele se aproxima de mim com a boca aberta, mas logo que ele chega perto, sua boca se fecha. Eu tentei abraçá-lo na água, para que ele respeitasse minha força. No começo, fique assustado quando ele se chacoalhou e me jogou pra longe. Mas então comecei a entender seus movimentos. Muito dos seus sentimentos está em seus olhos. Quando Pocho está ansioso, você pode perceber que ele pisca bastante. Seus olhos dizem muito. Quando ele está feliz, seus olhos ficam normais. Posso dizer isso porque olho em seus olhos todos os dias.
Ele adora o toque. Ele me adora, e olha nos meus olhos. Eu o digo pelos meus olhos que não quero machucá-lo.
Se eu tento forçá-lo de qualquer forma, ele usa sua força para me afastar. Essa linguagem do toque demorou 3 anos para se desenvolver.
Existe também outro tipo de comunicação, Sabe, crocodilos podem sentir um animal a centenas de metros de distância. Usei então a vibração das minhas mãos na água para me comunicar com ele.
Agora ele vem até mim. Ele adora o toque, mas ele também gosta de me tocar com o seu corpo. Muito gentilmente quando ele está feliz e com força quando está agitado.

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