Sempre digo que o termo “vegano” seria melhor se fosse usado só para descrever produtos e alimentos, e não pessoas. E mesmo assim não sei se era melhor nem ter esse nome para falar dos produtos, poderia só dizer que tem origem vegetal, por exemplo. Porque a palavra acaba criando confusão.

É sobre os animais, não sobre nós

Com a classificação das pessoas em veganas ou não veganas, primeiro surge uma ideia de dieta ou de um grupo, um clã ou um conjunto de regras a ser seguido. E então para poupar os animais você precisaria se filiar a esse grupo, ou mudar de algum jeito muito grande e assustador, como mudar a personalidade, algo assim. Isso cria um bloqueio nas pessoas, como se fosse algo muito difícil ou que fosse revolucionar a vida dela.

Além disso, fica um conflito absurdo entre os chamados “veganos” pra ver quem é mais vegano que o outro, e o foco sai dos animais e vai para as pessoas.

Produtos veganos, não pessoas veganas

Por isso, se a gente pensar simplesmente que existem produtos veganos ou não veganos, ou seja, de origem vegetal e sem testes em animais, como comidas, roupas, cosméticos, etc, e tirar essa ideia da cabeça de ser ou não uma pessoa vegana, fica muito mais simples. É só uma questão de escolher, a cada compra, se você vai optar pela opção vegana, que não maltrata animais, ou pela opção não vegana, que maltrata.

Isso faz a gente simplesmente consumir com mais atenção, pensando no que está fazendo, e em como quer tratar os animais. E é só esse o ponto mesmo.

Ao fazer isso, acaba sendo uma tendência, caso a pessoa se importe com os animais e não queira fazê-los sofrer, de escolher essa opção em praticamente todas as compras, ou em todas mesmo. Porque quando se começa é que dá pra ver como é fácil. Nenhum bicho de sete cabeças. É como qualquer escolha de produtos que a gente já faz, só um critério – muito importante, mas só um – a mais. O de escolher algo com ou sem sofrimento envolvido. Simples, né?

Os nomes não importam

Não precisa então da carga do rótulo, se chamar ou não de vegano, pensar se alguém é vegano ou não, qual a classificação e a caixinha em que cada um pode ser classificado. Isso não faz diferença na vida dos animais. O que faz diferença é qual a sua decisão na hora de escolher os produtos, o restaurante ou o prato. É só lembrar disso a cada compra, a cada escolha, lembrar, nesse momento, que tem essa opção. Pegar um shampoo sem testes em animais ao invés do que testa. Um sapato de material sintético ao invés daquele de couro que está do lado dele. E pronto, é isso que importa.

Os adjetivos que a gente se dá que se explodam. Mas que a gente deixe os animais em paz.